segunda-feira, 25 de agosto de 2014

NÃO EXISTEM RAÇAS HUMANAS


 Os cientistas são unânimes em apontar que não existem raças humanas. Falar em raça "branca" e "negra." é tão absurdo quanto achar que uma pessoa de orelha grande é mais inteligente do que uma de orelha pequena.

 A cor dos olhos e da pele, o formato do rosto, o tamanho do pé, tudo isso é determinado pelos nossos genes. Os genes são estruturas químicas (porções de uma molécula complexa chamada ONA) que estão no interior das células do organismo. O indivíduo é o resultado da combinação dos genes da mãe com os do pai. Somos parecidos com nossos pais e nossos avós, e nossos irmãos e primos, porque herdamos os genes deles. Cada espécie de animal ou de planta possui um conjunto próprio de genes. São os genes que tornam o tamanduá diferente de um pé de couve. São os genes que fazem os humanos ter nariz em vez de focinho de girafa.
Nosso corpo não é determinado apenas pelos genes. O tipo de vida que levamos também influencia. Por exemplo, a altura depende dos genes. Mas se a pessoa não se alimentar direito e não praticar atividades físicas poderá não crescer muito. Outro exemplo: ninguém nasce sabendo ler e escrever. Os genes não determinam quem será alfabetizado ou não. Os genes também não determinam quem completará um curso na universidade e quem será obrigado a abandonar os estudos para trabalhar.
 Portanto, nós não nascemos prontos. Cada um de nós é um ser em construção. Nós somos construídos pela sociedade (as informações que recebemos, o nosso trabalho, nossas experiências de vida) e pelas' escolhas que fazemos (o que projetamos fazer, o que recusamos).

As diferenças de cor da pele entre as pessoas são determinadas pelos genes. Foi por isso que algumas pessoas acreditaram que haveria "diferenças entre as raças humanas". Preste bastante atenção: não é verdade que a inteligência ou a capacidade para o trabalho "dependem da raça". Nada mais falso do que a ideia de que "os brancos raciocinam melhor do que negros" ou que "os negros são melhores do que brancos no atletismo e na dança". Sabe por quê? Porque os cientistas já jogaram na lata de lixo a ideia de que existem raças humanas. Isso mesmo que você leu: os cientistas já provaram que não existem raças humanas! O motivo para isso é simples. Afinal, o que faz alguém ser "branco" ou "negro" é pouco mais de meia dúzia de genes. Porém o ser humano possui dezenas de milhares de genes! Veja o que diz o professor Sérgio Danilo Pena, da UFMG, um dos principais geneticistas do mundo: "Hoje existe consenso, entre antropólogos e geneticistas, de que, sob este prisma biológico, raças humanas não existem. A espécie Homo sapiens é demasiadamente jovem e móvel para ter se diferenciado em grupos tão distintos. Ao estudar a variabilidade genética humana, vemos que de 90% a 95% dela ocorre dentro dos chamados 'grupos raciais', e não entre eles.
Cada um de nós é um ser humano único e igualmente diferente de qualquer outro ser humano, viva ele em Belo Horizonte, Tóquio ou Luanda. Por outro lado, certamente raças existem como construções sociais e culturais, e o racismo é uma realidade, por mais perverso e detestável que seja." (Jornal Folha de S. Paulo, 17/12/2002).
 

O cérebro é a sede da inteligência. Os cientistas mostram que a inteligência tem a ver com os genes e com a vida que o indivíduo leva. De qualquer modo, uma coisa é certa: os genes que determinam cor da pele de uma pessoa não têm nada ver com os genes que determinam formação do cérebro. Em outras palavras, não existe "cérebro de negro" ou "cérebro de branco"! Do mesmo jeito que não há "sangue de branco" e "sangue de negro" e por aí vai.
A cor dos olhos é definida por meia dúzia de genes. O tamanho do nariz e a cor da pele também. Ora, será que as pessoas de olhos azuis são mais fortes do que as de olhos verdes? Será que as pessoas de orelhas grandes são mais inteligentes do que as pessoas de orelhas pequenas? Já pensou se alguém falasse em "a raça dos orelhões e a das orelhinhas"? Pelo mesmo raciocínio, não se pode achar que a cor da pele de uma pessoa, o tipo de cabelo ou de nariz determinam a inteligência, a capacidade de trabalhar, de fazer arte ou praticar esportes de um povo ou de um indivíduo. Portanto, não existe raça branca nem negra. O fato de alguém ser branco ou negro tem tanto a ver com a capacidade mental ou física dessa pessoa quanto o fato de ela ter pés grandes ou pequenos.
O preconceito é aquilo que vem antes do conceito, ou seja, é a opinião que não resultou de nenhum pensamento profundo. Quem é preconceituoso acredita numa ideia sem jamais verificar se essa ideia é verdadeira ou falsa. Aceita passivamente o preconceito, não questiona, não busca novas informações. É uma espécie de cordeirinho mental, manso, obediente, alegre com sua própria ignorância e irracionalidade.
O racismo é um tipo de preconceito. Exemplos de atitudes racistas: a loja que trata maios clientes negros, os delinquentes que botam fogo num índio, o político que alerta sobre "o perigo que os judeus representam para o.país", os filmes que sempre mostram os árabes como terroristas e os latino-americanos como traficantes de drogas. Existem preconceitos contra as mulheres, contra as crianças que moram na rua, contra os favelados, contra os obesos, contra os idosos, contra os homossexuais, enfim, a lista é enorme.
A Constituição brasileira é bem clara: discriminação racial constitui crime inafiançável. Por isso, amigo leitor, se você presenciar um caso de discriminação racial, reaja contra essa injustiça. Primeiro, tente dialogar, mostrar que a pessoa não pode discriminar, que essa atitude contraria a ciência (não existem raças humanas) e os direitos do cidadão (a Constituição assegura os mesmos direitos a todos). Caso o indivíduo insista na discriminação racial, chame a polícia e denuncie. Racismo é crime, e lugar desse tipo de criminoso é na penitenciária!

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